Praias minadas e o perigo das fake-news
- Paula Pereira
- 18 de abr. de 2022
- 1 min de leitura

De repente sai o aviso: “Perigo: para impedir o desembarque da frota inimiga, as Forças Armadas da Ucrânia minaram as praias de Odessa”. Nas áreas onde elas foram implantadas, um recado em vermelho alertava a população: “Não caminhe aqui. Há minas”. Eu não cheguei a visitar a praia nas últimas semanas e nem me arrisquei; mas sei que nem todo mundo levou a mensagem a sério. Nos grupos de Telegram circularam fotos dos que ignoraram o alerta: um passeando com o cachorro, outra empurrando o carinho de bebê e outra ainda praticando yoga.
Ontem, porém, pipocou no grupo uma mensagem que deixou muita gente animada; “o serviço de remoção das minas começou”. Não sei se com isso alguém correu para praia. Espero que não porque tão pouco saiu a “boa notícia”, já apareceu o primeiro alerta desmentindo a mensagem anterior: “É mentira, as praias continuam minadas. Não acredite em fontes não-oficiais”.
Só uma vez eu vi aquela fake-news, mas os esforços para combatê-la foram definitivamente muito maiores. Até o final do dia, mais de trinta mensagens desmentindo aquela fake-news foram repetidamente publicadas nas redes sociais. As fontes oficiais do governo alertaram que “não apenas o perigo permanece, como o inimigo tenta mover os cidadãos até ele”.
Quem criou a mensagem tentando dissuadir a população? Foi o inimigo russo? Foi um “engraçadinho” que resolveu “brincar” com a vida de outras pessoas? Seja quem for, esta pessoa agiu de má fé; manipulou uma informação que deliberadamente coloca em risco a segurança de cidadãos comuns.
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