Quando aguardar no banco é uma afronta!
- Paula Pereira
- 11 de dez. de 2019
- 3 min de leitura
Atualizado: 8 de fev. de 2022
Chega de fila e chega de afronta! Que venham os bancos digitais! … porque convenhamos, passar horas aguardando para ser atendida em fila de banco é uma afronta, mesmo quando se tem o incrível “luxo” de aguardar sentada.
Eu sou o tipo de gente bem “normal”, sabe? … Que detesta ir ao banco. “Ir ao banco”, pra mim, é sinônimo de abacaxi, pepino, bucha... encrenca mesmo. Só apareço lá quando tem algo errado, mas seja qual for o problema que tenho em mãos, sempre vou na vã esperança de que as coisas serão resolvidas com eficiência. Ledo engano.
Semanas atrás fui ao banco reclamar da cobrança de um cartão de crédito que nunca pedi e nunca usei. O cartão foi enviado pra mim quase como que “de presente”. E me recordo de quando recebi a ligação do funcionário do banco e ele me dizendo:
“Se a senhora não desbloquear o cartão, nenhuma cobrança será feita”.
“OK”, pensei comigo. O cartão chegou e apesar do meu forte desejo de triturá-lo e jogá-lo no lixo, resisti à tentação e o guardei, como que prevendo que “ia dar ruim”. Passados uns dois meses após a entrega desse “presente” - que ficou esquecido no armário-, recebi um boleto do banco com a cobrança da manutenção do cartão.
“O que? Vão me cobrar pelo uso de um cartão que eu nunca pedi e nunca desbloqueei? E aquele papo todo de que não haveria cobranças desde que eu não desbloqueasse o danado?”, fiquei P*** da vida. Impressionante né. Na hora de darem uma coisa que a gente não pede, não quer e não precisa, o banco te liga no conforto da sua casa ou no meio do seu horário de trabalho e envia um negócio que você nunca concordou em usar. Antes, pelo menos, eles perguntavam se você queria, hoje em dia você tem que explicar por A mais B que não quer de jeito nenhum aquele monte de “vantagens, descontos e milhas”. Não quero!
Mas quando você quer cancelar e resolver a bucha que também veio de presente com o novo cartão de crédito.. ahh… aí não adianta você fazer ligação pra lugar nenhum. Você tem que ir pessoalmente à sua agência bancária e gastar duas coisas muito valiosas: tempo e dinheiro.
Você se vê obrigado a abdicar o tempo do trabalho, do estudo ou até mesmo do lazer, para resolver o problema no banco. E você também gasta dinheiro..., aquele da gasolina, do estacionamento e do trabalho que você deixou de entregar porque teve que reclamar pessoalmente pelos seus direitos.
Voltando ao meu causo, lá estava eu, dia 10, à tarde no banco. Peguei minha senha VCC-407 e fiquei muito contente ao encontrar um assento ainda vazio na área de espera. Sentei e analisei o monitor de chamada. O último número chamado havia sido o VCC-405. “Não vai dar tempo nem de aquecer o assento, logo me chamam”. Mas não chamaram… nem nos próximos 20 minutos, nem na próxima 1h30 mais tarde.
Pelo monitor, chamaram toda uma sopa de letrinhas de diferentes senhas: VFP, VFS, VFPS, VC, VCS e OVP. Não sei o significa tanta letrinha diferente, só sei que a minha senha que iniciava com VCC não era chamada nem à casa da unidade.
“Alguém há de chamar pelo menos o VCC 406!”.
Eu já estava cogitando a possibilidade de que talvez houvesse uma falha no sistema. “Deu pau, bugou… o sistema não chama mais as senhas de inicial VCC”, pensei comigo. Fiquei quietinha e aguardei. “O banco uma hora vai fechar e só vai sobrar eu aqui”.
Mas não, não havia falhas no sistema e antes que eu fizesse algo qualquer coisa a respeito, uma moça que chegou meia hora depois de mim se levantou e foi direto à mesa do atendente reclamar:
“O que está acontecendo aqui? Quando é que vocês vão chamar minha senha? Eu já estou aqui há uma hora, que falta de respeito é essa?”
Me juntei à ela no grupo das insatisfeitas e falei “Pois é, eu já estou aguardando há uma hora e meia”.
Coincidência ou não, eu “logo” fui chamada. Imagine, eu já fui ao banco P*** da vida por causa da cobrança indevida, então meu carma já não estava muito bom rs. Uma hora e meia mais tarde, eu estava fazendo um esforço paranormal para aceitar que a culpa não era do atendente que estava trabalhando no Banco.. mas ahhh, se eu pudesse, teria cuspido fogo com todas as senhas de letrinhas na cara dele!
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